segunda-feira, 9 de abril de 2012

A Cabana

O livro “A Cabana” (William P. Youg) não se trata de uma obra reveladora sobre Deus, Jesus e o Espírito Santo, mas de uma história de ficção em que a Santíssima Trindade e a humanidade (representada principalmente por Mack) são os personagens principais. Não acredito que o autor tenha a intenção de mudar as crenças de ninguém mas sim de provocar e incomodar quando vai na direção contrária de ideias preconcebidas.

É um best-seller mas, sinceramente, apesar de interessante e carregado de relatos de muita imaginação não me emocionou tanto assim, já encontrei em outros livros aspectos que me elevaram mais espiritualmente. O autor tem o desejo de nos levar a pensar e refletir sobre o que representa a Santíssima Trindade e, como em toda obra de ficção, se sente livre para criar a partir do que acredita ser e também do imaginário.

A Cabana quebra paradigmas ou preconceitos colocando Deus como uma mulher negra e gorda, Jesus como um homem com musculoso e o Espírito Santo como uma mulher asiática. O autor brinca, ele parece querer mostrar a essência da Santíssima Trindade humanizando Deus e o Espírito Santo, acreditando assim que possamos compreender o amor divino!

O autor traz à tona a capacidade de perdoar em situações de extremo sofrimento. Deixa claro que perdoar não significa que devemos esquecer do que nos fizeram, não é passar uma borracha, é perdoar, como que buscando um pouco de bondade no malfeitor. É sabendo que o perdão nos livra do sofrimento sem fim, é fazer o que Deus espera de nós, um coração cheio de amor. Quantos de nós já se voltaram contra Deus em algum momento difícil de nossas vidas? De uma forma simples, “Deus” fala diretamente à Mack que nem sempre o que desejamos é o melhor e que podemos aprender muitas lições com os erros e com os problemas.

A crítica deste livro depende das experiências e das crenças religiosas de cada pessoa. Como uma católica que sou e simpatizante do espiritismo, achei contraditório Deus, neste livro, não dar muito valor à Bíblia. Na verdade, devemos ter senso crítico em qualquer leitura, em qualquer discurso e em uma simples conversa. Devemos sim, abrir os olhos e os ouvidos para o que nos chega, mudando pontos de vista se necessário e defendendo-os se for preciso.